sexta-feira, abril 15, 2005

Um fenómeno social estranho : Congressos políticos

Um fenómeno social estranho : Congressos políticos

Quem se queixa do Iraque nunca foi a congressos do PSD, está provado.
Um congresso deveria ser um debate de ideias, liderado por bom senso e vontade cívica e partidária, onde se aprende e discute valores e estratégias. Um congresso do PSD não é nada disso, é um palco, um palco mediático, com 3000 candidatos a 20 segundos de protagonismo.
Na sala pouco se passa, pois o relevante, o fresquinho, o tutano, passa-se nos corredores...:)

A mesquinhez e intriga, sorrisos amarelos e afins já se espera, claro, mas o mais delicioso são as pessoas com pouco protagonismo, que após comprimentarem as 5,4 pessoas que conhecem ficam ali sem saberem nem para onde olhar, nem o que fazer, nem como agir... Admito: é com esses que delicio a minha dose de sátira diária...

Enconstados á parede, é imperdível ver um rapazola a fingir que fala ao telemóvel, sem saber se entra na sala ou não... é uma tortura que pode durar horas...mete dó.... e ver a alegria nos olhos quando vê alguém que conhece (nem que seja de vista!) é formidável, faz lembrar o comportamento das abelhas na répública das bananas em época de cio, genial.

Existe depois claro...o staff...digamos que deveria existir óscars, verdadeiros prémios de viagens ao Brasil, sim, porque fingir que se trabalha é bem MAIS díficil do que trabalhar de facto.

O congresso acaba, é a debandada geral, creio mesmo que nunca em nenhum evento social um espaço de tais dimensões de esvazia tão rapidamente, nem mesmo em caso de incêndio...só falta mesmo ouvir o pneuzito a chiar...

É no fundo um fantástico tubo de ensaio sobre o que de melhor e de pior existe nas pessoas, aprende-se muito, não sobre política, isso não, mas sobre pessoas, sem dúvida que sim. :)