sexta-feira, novembro 18, 2005

Onde está o arrozito?

Onde está o arrozito?

Estou Mal habituado das minhas andanças no Norte, onde se come muito bem, em quantidades dignas de uma ração para 18 pessoas esfomeadas, e onde existe o termo "comida saborosa"...

Qualquer lisboeta trata por tu o bitoque, e um bitoque a sério vem com um bife ensopado em molho, batatas em doses industriais, arrozito (pode ser do cozido de borrego do prato do dia, tt faz, desde que lá apareça...), o ovo a cavalo tem presença obrigatória e a famosa salada (leia-se: 2 folhas de alface e uma rodela de tomate, tudo o resto fica no prato...:)

Nos sítios melhorzinhos até temos a faca de serrilha, mas a diferença é que no Norte, a faca serve para impedir que o bife de 2kg, que ainda vêm a mexer, sai do prato, em lisboa....serve para dirfarçar que a carne NÃO é tenra...:)

A semana passada, num afamado restaurante em alvalade, bem no coração da cidade, e pedi um bitoque...

Ok... Aquela coisa pode ser tudo menos um bitoque...
Um bife ensopado em molho dos caldos knorr (mas daqueles manhosos, do LIDL) só com batata...

Mas então o arrozito? a saladinha? mesmo que não se coma...faz parte do bitoque!

È a mesma coisa que pedir uma francesinha e receber uma tosta de queijo... Nunca é a mesma coisa...:)






quarta-feira, novembro 16, 2005

Será?

Será?

Já fiz cócegas à minha irmã só para que deixasse de chorar, já me queimei a brincar com uma vela, já fiz um balão com a pastilha que se me colou na cara toda, já falei com o espelho, já fingi ser bruxo.

Já quis ser astronauta, violinista, mago, caçador e bombeiro; já me escondi atrás da cortina e deixei esquecidos os pés de fora;

Já roubei um beijo, confundi os sentimentos, tomei um caminho errado e ainda sigo caminhando pelo desconhecido.

Já raspei o fundo da panela onde se cozinhou o creme, já me cortei ao barbear-me muito apressado e chorei ao escutar determinada música no autocarro.

Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de esquecer.

Já subi às escondidas até ao terraço para agarrar estrelas, já subi a uma árvore para roubar fruta, já caí por uma escada.

Já fiz juramentos eternos, escrevi no muro da escola e chorei sozinho na casa de banho por algo que me aconteceu;

já fugi de minha casa para sempre e voltei no instante seguinte.Já corri para não deixar alguém a chorar, já fiquei só no meio de mil pessoas sentindo a falta de uma única.

Já vi o pôr-do-sol mudar do rosado ao alaranjado, já mergulhei na piscina e não quis sair mais, já tomei whisky até sentir meus lábios dormentes, já olhei a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o meu lugar.

Já senti medo da escuridão, já tremi de nervos, já quase morri de amor e renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial, já acordei no meio da noite e senti medo de me levantar.

Já apostei a correr descalço pela rua, gritei de felicidade, roubei rosas num enorme jardim, já me apaixonei e pensei que era para sempre, mas era um "para sempre" pela metade.

Já me deitei na relva até de madrugada e vi o sol substituir a lua; já chorei por ver amigos partir e depois descobri que chegaram outros novos e que a vida é um ir e vir permanente.

Foram tantas as coisas que fiz, tantos os momentos fotografados pela lente da emoção e guardados nesse baú chamado coração...Agora, um questionário pergunta-me, grita-me desde o papel: " - Qual é a sua experiência?"Essa pergunta fez eco no meu cérebro. "Experiência..."Experiência..."Será que cultivar sorrisos é experiência?Agora... agradar-me-ia perguntar a quem redigiu o questionário:" - Experiência?! Quem a tem, se a cada momento tudo se renova???"

Obrigado antónio, pelas palavras que tt me dizem...

Eterno abraço

terça-feira, novembro 15, 2005

A solução da vida num comprimido...

A solução da vida num comprimido...



Agora num tom um pouco mais sério, posso afirmar que não é fácil ser optimista e confiante num meio onde o pessimismo é rei e senhor...
Lidar todos os dias não com pessoas, mas com farrapos Humanos é um desafio apenas entendido por quem vive com isso diariamente....
O constante zumbar de lamentos desnecessários, o desperdiçar sorrisos e olhar para o "coitadinho" de cada um é duro...difícil...exigente...
E não há nada que me custe mais ver do que desperdiçar tempo, um dos bens mais preciosos q temos, em coisas que simplesmente...não valem a pena. Mas entre o que se diz e o que a pessoa de facto percebe vai uma diferença abismal, é impossível chamar á razão de alguém que já não a tem...
E mais cruel ainda, quando um sorriso faria decerto mais efeito do que outra dragueia de trampa, que torna o mais sensato dos homens em verdadeiros "zombies" lisboetas...
Acaba-se por ficar com poucas hipóteses... ou se junta a eles, ou se tenta ajudar (com um kg de aspirinas ao lado) ou encara-se a vida com mais ligeireza, num Mundo cada vez mais louco, os doidos (como eu :) passamos completamente despercebidos...
Não se pode lutar a luta de outra pessoa, só espero que o retrato que vejo á minha volta, onde tudo na vida se resolve com um comprimido, não se alastre mais ao meu grupo de amigos...já começam a restar poucos...
A vida nesta "Selva" de pequenos loucos auto-medicados cada vez é mais desafiante, mas como já dizia o cego... "a ver vamos"... :)